Carências...
Acabo este ano lectivo entre penas, ais e suspiros lancinantes: não sou professora ti(N)tular, ou seja, porque manifestei preferência pelo branco e pelo rosé - rejeitando a nobreza do tinto - a senhora ministra não me considerou capaz de estar entre os mais aptos, os mais experientes, os mais trabalhadores, os mais sapientes, os mais fulgurantes, os mais mais, enfim.Claro que as férias estão mesmo à soleira da porta, mas entrar num mês de merecido descanso - lá virá o do eterno - traumatizada, carente e sem tí(N)tulos é como ser condenada a cem anos de jejum e de abstinência para remissão de um grande pecado: durante todos estes anos limitei-me a dar aulas - o melhor que sabia e podia - e esqueci-me das medalhas, dos títulos honoríficos - estou em crer que os póstumos não me serviriam de muito já que os de há mais de sete anos estão fora da validade - e das comendas.
Irra, além de chateada - às favas com o português vernáculo! - estou a necessitar de uma visita guiada à alma, pois, ao que parece, fiquei sem carta de condução - por falta de pontos, dizem eles; por falta de parque de estacionamento, digo eu - neste concurso de ti(N)tulares.
Juro que até me apetece escrever - Ó senhora ministra, trate-me bem... que eu preciso muito de afecto. E também de mudar de escalão.
BOAS FÉRIAS E FELIZ ANO NOVO!
AMS