terça-feira, julho 24, 2007

Charcos de água...

O modo como a avestruz actua perante o perigo - ou quando pretende ocultar-se - é assaz curioso. Enfiando a cabeça na areia, sente-se segura, invisível. Será, digamos, uma forma cobarde e estúpida de viver, uma estratégia inglória - e humilhante - de 'morrer'.
São existências murchas que jazem esquecidas.
Por outro lado, há quem, para se defender de adversários inexistentes, se decida pelo ataque, por fúrias insensatas, por torvos despeitos.
São percursos arrepanhados pelo peso absurdo de um universo esvaziado.
Há, ainda, os actores de filmes sem interesse que optam pelos mais variados disfarces: fadas, Zorros, gnomos, cowboys ou outra qualquer coisa indefinida. O rasto, contudo, indiciará sempre a marca do que são feitos. E da sua vontade de confundir os outros ficará apenas um charco de água estagnada.
São vidas percorrendo quilómetros de coisa nenhuma.

AMS