sexta-feira, abril 25, 2008

Abril que não é

Era Abril

Os homens seguravam uma flor
Que germinara da raiva e da opressão.
No olhar um clarão de madrugada,
Na alma o rubro cálice do sonho
Feito verde, feito chama,
Jorrando brisas, asas, liberdade.

É Abril

Os homens carregam na memória
A seiva, a madrugada, a liberdade.
E na alma, sem voz, sem eco, sem alento,
A esfarrapada mágoa e o desalento
Do sonho assassinado,
Sem força, sem grandeza, sem vontade.

AMS