segunda-feira, março 09, 2009

o pólen também se esgota

no tempo dos dias felizes - inesgotáveis
nada nos distinguia um do outro
porque o amor estava cheio de
respostas carregadas de frescura

o meu corpo era o teu corpo
a tua boca a fonte certa
que saciava a minha sede
as tuas carícias a rebentação
concisa de ondas de prazer
o teu olhar o íntimo desprender
de água doce que me cingia sempre
devagar como um início que se
demora na alma - que mora na alma
e nunca se esgota

no tempo dos dias sem névoa
havia estrelas e luar e um bem
querer que nunca se cansava
porque soava azul dentro de nós

no tempo dos dias da mais acesa certeza
tu eras as horas boas - as horas más
e eu o pássaro que bebia nos
teus abraços toda a amplitude do mundo.

AMS