sexta-feira, setembro 29, 2006

Quero tudo porque tudo posso querer

Quero tudo porque tudo posso querer.
Não quero as coisas comezinhas
Costumeiras, usuais.
Quero ser universo
Não casa.
Ser via láctea
Não entrada.
Ser grito
Não rumor.
Quero tudo porque tudo posso querer
Mesmo que em troca receba uma mão cheia de nada
Mesmo que seja pó e não estrada
Mesmo que seja só mesmo rumor.
Quero tudo porque tudo posso querer
Porque tenho o desejo dentro
De voar mais veloz do que o vento
De rugir mais que qualquer tempestade
E de deixar marcas
A minha
E que me lembrem quando não for
Como quem tudo queria porque tudo se pode querer
Como quem ninguém limitou dentro
Mesmo ouvindo dela só o rumor.

Encandescente
Colecção Polvo