Acendo-me de vida
Não quero o negro que me ofertas,que me deserta a alma, fustigando-a
de golpes tingidos de tristeza.
Rejeito essas lacunas, esses silêncios,
difíceis de varrer, que me afastam
das margens e do cais.
Recuso os tons difusos, breves,
presença fugitiva, rastos de ausência.
Quero os verdes, azuis, vermelhos
e dourados, gotas de chuva entremeadas
de raios de sol e de arco-íris.
Acendes-me de sombra. Eu quero a vida.
AMS