quarta-feira, outubro 10, 2007

Era o que mais faltava

Era o que mais faltava que o povo e os sindicatos não pudessem expressar livremente a sua opinião - disse, ontem, o primeiro-ministro aos jornalistas. Estamos numa democracia e, meus senhores, se eu deixasse de ser apupado, acreditem que até sentiria saudades.
Era o que mais faltava, Sr. Eng. Sócrates, era o que mais faltava que o povo o deixasse morrer à míngua de saudades. Isso nunca acontecerá, acredite.
Vossa Excelência não entende, ou não quer admitir, o desencanto de todos nós - e não só dos comunistas, sim, os tais que comem criancinhas; Vossa Excelência não aceita que este desnorte que as suas políticas provocaram suscite críticas, contestações e um desagrado geral; Vossa Excelência parece esquecer - apesar do que a História da Humanidade tem demonstrado ao logo dos séculos - que quanto mais a repressão prolifera, maior o desconforto e a vontade de mudança.
O Homem nunca desaprenderá a palavra Liberdade ainda que sujeito a governos artificialmente democráticos. Pode até escrevê-la com o seu próprio sangue, mas nunca permitirá que a apaguem já que ela faz parte da sua própria essência.
Pode ficar tranquilo, senhor primeiro-ministro, que, de saudades, ninguém o deixará definhar. Era o que mais faltava!

AMS