Diz-me
De quantos suspensos gestos,diz-me,
se faz distância?
De quantas ilhas desertas um adeus?
Nada é gratuito. Nem a ventura. Nem o amor.
Nem os dias aquecidos no regaço da espera.
E a vida, dobada na vertigem do instante,
desenha um sempre que nada dura.
Um ainda que já se foi. Um quase que nunca é.
De quantos negros despojos,
diz-me,
se adubam sonhos?
AMS