domingo, dezembro 17, 2006

VENDILHÕES, CAMALEÕES & SA

Os vendilhões fossilizados dos Templos
vendem, trocam tudo ao desbarato,
num frenesim, num delírio de comércio
sem regras, sem moral e sem recato.
Vendem graxa, mentiras cruzadas a ponto cruz,
verdades laváveis em detergentes de truz.
Vendem sonhos, vendem Deus, vendem a alma
com artimanhas de leiloeiros, num mercado de
agiotas, fariseus, missionários de algibeira
prontos a converter - dura canseira ! -
as ovelhas tresmalhadas, vulgarmente ranhosas,
que ousam, num atentado ao (in)pudor,
à (i)moralidade pública, ao bom nome
dos santos e esquecidos mandamentos cristãos,
mandar tudo às urtigas, fazer-lhes figas,
e em versos de dúbio sentido, anilhada ironia,
proclamar, por decreto-geral, guerra aos vendilhões,
aos que nos vendem gato por lebre, nos impingem,
de barriga cheia, a sua fome de, na lama, chafurdar.

Aos vencidos que se dizem vencedores!
Aos que nos querem enganar com parábolas
de amor em banho-maria, empacotadas emoções,
bélica harmonia de celestiais predadores!

Enfim, aos torcidos, retorcidos camaleões!

AMS