nós por cá
Sei que vão chover críticas, quero dizer, mentalmente, claro. Não é suposto um qualquer leitor dar-se ao trabalho de comentar um blog “cinzentão", sem anedotas, textos eróticos q.b, bonequinhos a mendigar um sorriso - ainda que amarelo… - poemas onde emoção rima com um beijo no seu coração… enfim… Vão chover críticas, esgares de desdém, sorrisos de quem se sabe superior, mas vou arriscar. Afinal, é Natal! Não é suposto, nesta época, perdoarmos aos nossos amigos - e alguns inimigos… noblesse oblige! - certas atitudes que, aos nossos olhos de pessoas perfeitas, idóneas, são fruto de mentes pueris e vulgares?!Adoro o jet-set português. Adoro as Lilis Caneças, as Cinhas, as Pituxas, as Bibás, os condes, os marqueses… adoro-os! Têm “pinta" - é a tradução que encontrei mais à mão para glamour - têm colorido, têm silicone, têm muita lata. E não é que os ricos e as ricas até são amigos dos pobrezinhos?! Bem se diz que quem vê plásticas... não vê corações. Claro que glamour é glamour, ou seja, ou se nasce colunável ou se morre pelintra. Vocês sabiam que um palavrão na boca de uma Cinha Jardim é chique e que proferido por uma qualquer gentinha da arraia-miúda é... obscenamente pimba? Pois é. Por exemplo, se eu escrever aqui a palavra MERDA, podem ter a certeza de que isso não é politicamente fino. É boçal. Grosseiro. Mas se for uma das tias a escrever um desses palavrões, o caso muda de figura. Não é palavrão. É recurso estilístico. Não é obsceno. É light.
Já agora, e se está a pensar que a taluda lhe saia, quero dizer, se está à espera de ter a sorte - por uma qualquer ironia do destino - de sair na capa de uma dessas revistas só para gente chiquérrima e bué de fina, veja, primeiro, se se enquadra em algum destes três padrões:
Ser super bem... nascido/a (isto significa, no mínimo, que tenha tido um berço de ouro).
Ser super... rico/a (mesmo que use vestidos e jóias emprestados).
Ser super... brasa (bem, isto significa ser perito/a na arte de bem identificar os vários estilos de camas...)
Ainda dizem que a nossa tv não defende e divulga a cultura! O que eu aprendi com o conde, sim, o da quinta, corresponde a um mestrado subordinado ao tema - "A Arte de Bem Cavalgar Toda a Sela". Estou a referir-me, claro, à obra de D. Duarte. Não há palavras que exprimam a minha gratidão para com estas figuras simbólicas tão representativas do nosso país. É certinho, meus amigos, é tudo uma questão de genética. Um filho de um pobrezinho (o diminutivo é por estarmos no Natal!) será sempre um mal-educado, um brutamontes; um filho de príncipe, será sempre um cavalheiro. Querem um bom exemplo? Basta repararmos no que se passa no Mónaco ou em Inglaterra... só damas e cavalheiros.
Como disse, e bem, o senhor de Castelo Branco - aquele homem é uma fonte de sabedoria e… inspiração - as pessoas gostam de os ver nas revistas, na tv, ainda que numa quinta, pois necessitam de mitos. Precisam de sonhar. Precisam de poder pensar - eu também poderia ser "aquilo"!
Só esqueceu o sr. conde - marquês ou duque - um pequeno pormenor. Pode haver quem olhe para as vossas carinhas larocas, tão esticadas, mas tão esticadas que, quando riem, correm o risco de levantar uma perna; para os vossos modelos exclusivos, mas iguaizinhos aos de mais quatro tias, pelo menos; para os vossos pequenos "appartements" de 20 assoalhadas - coitadas das tias, o que elas têm de limpar - e mesmo assim, apesar de tantos benefícios e atributos, ainda haja quem pense - não queria ser igual "àquilo"... de maneira nenhuma!
Uma fã das tias e tios do nosso país!
AMS