domingo, outubro 08, 2006

Se

Se o amanhã não viesse,
Se, por subtil ironia dos deuses,
A vida parasse no porto do impossível,
Se a estrela da manhã deixasse
De iluminar o sonho
Que espanta o medo e o frio do escuro,
Então, hoje, neste momento,
Eu perscrutaria o céu,
Entregar-me-ia ao tempo das lembranças
Sem mágoas, sem receios,
Porque todos morremos
Em algum lugar inacabado,
Sorveria a magia de ter existido,
E, serenamente, fecharia os olhos,
Levando saudades tuas.

AMS