quinta-feira, outubro 26, 2006

Porto de sempre

No meu Porto, esculpido a granito, de luz coada,
suave, inconfundível, há um encantamento que
insiste entrar, sorrateiramente, nos recantos e
margens desta tentativa de poema, serpenteando
por entre as palavras, demorando-se na respiração das
coisas, enredando-se de aveludados, intensos sentires.
Quem pode resistir ao carácter, fascinante e austero,
dos seculares monumentos, ao ícone que é a Ribeira,
à Foz, ao rio que se entrelaça ao mar, aos jardins por
onde passeiam solidões e alegrias salpicadas a verdes e
castanhos, aos cafés onde, no íntimo desprender do
tempo, nascem sonhos molhados na poesia, na recatada
beleza da sempre invicta e leal cidade que persiste,
altiva e serena, em soltar a sua alma pelos caminhos
assombrados de história e pintados de futuro?!

AMS